A Fundação da
Casa da Cultura Espírita Deolindo Amorim
A nossa história
começa em 04 de fevereiro de 1979, com um grupo familiar fundado por Deolindo
Amorim e sua esposa, D. Delta. Os encontros eram realizados semanalmente
na casa da Srª Hella Hees Coutinho, mãe de Otto Coutinho. Ainda
contávamos com Zilda Gama, grande médium que nos trouxe o primeiro romance
espírita "Na Sombra e na Luz", ditado pelo Espírito Vitor
Hugo em 1916 e inúmeras outras obras.
A
última palestra proferida pelo nosso patrono em Teresópolis, foi no Centro
Espírita Aristides Silva. Foi nessa ocasião que decidimos nomear nossa
casa como: "Casa da Cultura Espírita Deolindo Amorim". Uma homenagem
ao grande amigo e ao Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB), que foi o
seu maior legado no movimento.
Alguns
de nós frequentávamos o Centro Espírita Isabel e foi lá mesmo, numa sala
gentilmente cedida, que iniciamos nossos encontros mensais. Já no morro
Pimentel, começamos distribuindo sopas, que eram preparadas na casa de
D. Edith, foi então que se estabeleceu a primeira sede oficial da CCEDA em
agosto de 1984.
Apesar de todas as
dificuldades, foi grande a alegria no trabalho solidário e fraterno –
começamos com cerca de 100 crianças e depois alguns adultos atendidos;
atualmente, são cerca de 250 crianças e de 60 senhoras! Além da sopa inicial,
passou
‐
se ainda a ministrar a evangelização e a doação de outros bens de
consumo necessários.
Companheiros
dedicados e abnegados, alguns ainda conosco, outros que seguiram outros
caminhos, deste plano e do outro, foram os sólidos alicerces para a construção
de tudo isso de que hoje desfrutamos.
Aqui na cidade, para
dar‐se continuidade aos trabalhos e
às palestras
enriquecidas pelos conhecimentos de tantos ilustres seareiros espíritas, entre os quais:
Jorge Andréa, Zilda Alvarenga, Altivo Panphiro, César Reis e muitos outros,
após insistentes investidas, conseguimos alugar uma casa na Rua Carmela Dutra,
utilizada por um determinado partido político que a pintara toda de vermelho e
preto! Claro que ela foi toda repintada de lilás clarinho e ficou linda! Na
entrada, um belíssimo bouganville alegrava e enfeitava a fachada.
Mas... havia ali um
probleminha: toda vez que chovia, a rua enchia‐se de
água e a casa também
–
da primeira vez, logo
uma semana após a reforma, nos pegou
desprevenidos; depois, sempre que começava a chover, corríamos para lá para
levantar cadeiras e proteger todo o necessário...
Fomos então para uma
sala também alugada no Shopping da Várzea, no 7º andar, onde as palestras
continuaram a ser realizadas, sempre prestigiadas pelos queridos amigos e sem o
perigo de alagamento... Contudo, como a manutenção daquele espaço era bastante
dispendiosa, estávamos sempre à cata de alguma possibilidade mais viável e
adequada às funções cada vez mais abrangentes da Casa.
E quando o trabalho
tem que ser feito, o compromisso foi assumido e o empenho se mostra forte e bem
direcionado, os amigos espirituais não nos falham: um casal amigo, proprietário
desta casa onde hoje nos encontramos, aqui em Araras, permitiu‐nos realizar aqui as
reuniões mediúnicas. Liberamos assim
a sala do Shopping e, por um pequeno período, mantivemos apenas
o trabalho fraterno espiritual.
No entanto, D. Maria
da Glória, a proprietária, desejava vender a casa; ofereceu
‐
nos a possibilidade de
compra, mas nós não tínhamos condição de comprá‐la. Surgiu então um eventual
pretendente e, devemos confessar, ficamos torcendo contra... Argumentávamos que, ela que
tanto desejava ver a casa destinada a trabalhos no campo da solidariedade e da
fraternidade, poderia estar se arriscando a vê‐la empregada para
outras finalidades...
Finalmente, não sei se
apiedada da nossa situação ou convencida pelos nossos argumentos e, certamente,
por inspiração dos bons Espíritos que nos assistiam, D. Maria da Glória
resolveu doar‐nos a casa da frente, com a condição de comprarmos a dos
fundos.
E foi assim que,
depois de boas e carinhosas negociações, efetivou‐se a doação da casa principal e
nós pagamos uma importância mensal durante um
período de tempo a uma moça a quem D. Maria da Glória
também desejava beneficiar.